A história do tratamento do Mieloma Múltiplo (MM) começa na década de 1960, mas ainda de modo genérico. Apesar de antigo, o MM é um tipo de câncer na medula óssea cujo diagnóstico costuma ser feito numa fase muito tardia da evolução da doença. Isso porque tem vários sintomas que podem ser confundidos com outras doenças.
Segundo a médica hematologista Dra. Vânia Hungria, professora de Hematologia e Oncologia da Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo e cofundadora da International Myeloma Foundation (IMF) Latin America, 80 a 90% dos pacientes diagnosticados com MM têm alterações ósseas, 60%, anemia e 20%, alteração renal. E, dificilmente, um paciente chega direto até ela, logo que sente os primeiros sintomas.
Se o paciente tem dor nas costas ou fraturas recorrentes, por exemplo, ele logo procura um ortopedista. Se tem anemia, por vezes, procura um clínico geral. E até que seja encaminhado ao hematologista leva tempo. O MM não tem cura, mas o diagnóstico precoce permite um correto direcionamento do tratamento, melhorando consideravelmente a qualidade de vida do paciente.
E esse foi o motivo que levou a Dra. Vânia a afirmar que o Freelite® promoveu uma revolução no tratamento dos pacientes com Mieloma Múltiplo. A evolução do tratamento do MM com o Freelite® é tratada em um vídeo publicado na internet.
O Freelite® e seus benefícios para o paciente com MM
O Freelite é um exame de quantificação das Cadeias Kappa/Lambda Leves Livres no soro, recomendado pelo International Myeloma Working Group por permitir um diagnóstico rápido e eficaz de gamopatias monoclonais, como o Mieloma Múltiplo.
“Plasmócitos produzem imunoglobulina inteira e produzem parte delas, que são as cadeias leves Kappa e Lambda. Quando um plasmócito está se proliferando, produz muita cadeia leve livre, então, como esse exame avalia só a cadeia leve livre, é um exame bastante sensível. Muitas vezes, o paciente pode ter uma eletroforese de proteína normal, mas a cadeia leve livre estar alterada”, explica a Dra. Vânia, sendo esse um indicativo da doença.
Realizado no sangue, o Freelite® avalia os valores de kappa leve livre, lambda leve livre e a razão das mesmas (kappa/lambda). A interpretação do resultado indica se o paciente tem a cadeia leve livre Kappa ou Lambda alterada.
“O Freelite é um exame muito importante para o paciente com o Mieloma Múltiplo, pois pode ajudar tanto no diagnóstico, como no acompanhamento do paciente, não só na avaliação de resposta, mas também para avaliar possíveis recaídas”, ressalta.
Em geral, o diagnóstico do MM é feito a partir de uma série de exames, e o Freelite® entra como um biomarcador, junto com a eletroforese de proteínas e com a imunofixação.
Na eletroforese é possível ver se há maior concentração de alguma proteína, como a albumina, além de outras como, alfa-1-globulina (alfa-1 glicoproteína, antitripsina etc), alfa-2-globulina (ceruloplasmina, haptoglobina, entre outras), beta-globulinas (C3, transferrina etc) e gama-globulinas (imunoglobulinas: IgG, IgA, IgM,IgD e IgE).
No caso do MM e de outras gamopatias, o que interessa ao médico é verificar se há pico das imunoglobulinas, IgG, IgA e IgM e, mais raramente IgD e IgE, ou seja, se há uma quantidade exacerbada delas.
Para complementar, realiza-se a imunofixação, que separa as frações leves dessas imunoglobulinas, apontando se são Kappa ou Lambda. E o Freelite®, com a mesma amostra de sangue no soro, quantifica essas proteínas; com isso, é possível saber exatamente a concentração de cadeia leve livre Kappa e cadeia leve livre Lambda que o paciente está produzindo.
“Há pacientes que têm todos os exames em ordem, mas têm um Freelite® muito alterado já no diagnóstico, e essa alteração pode ser a indicação para iniciar o tratamento”, destaca a Dra. Vânia.
Resposta ao tratamento do Mieloma Múltiplo
Depois que o paciente inicia o tratamento, é preciso avaliar se essa razão entre cadeia leve livre Kappa/Lambda tem uma melhora. E o Freelite® facilita o acompanhamento do paciente para a avaliação de resposta.
“Para eu dizer que um paciente tem uma resposta completa stringent [estrita], esse paciente tem que ter uma eletroforese de proteína normal, sem pico monoclonal, uma imunofixação de proteínas negativa, normal, um Freelite® normal e uma biópsia de medula óssea com até 4% de plasmócitos na medula”, relata.
Especializada no tratamento de MM há muitos anos, a Dra. Vânia recomendou a realização do Freelite® no vídeo, que está disponível no Youtube. “É um exame muito importante e que nem todo mundo tinha acesso. Hoje em dia já está no rol da ANS [Agência Nacional de Saúde Suplementar], então, os convênios são obrigados a pagar esse exame. Se o seu médico não pedir, sugira que ele peça o Freelite®”, finaliza.