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Mieloma múltiplo: monitoramento deve ser constante, mesmo nos picos da pandemia

Pacientes com mieloma múltiplo devem manter o monitoramento constante da doença independente da situação da pandemia. Ao longo dos altos e baixos da crise mundial causada pela Covid-19, verificou-se que em alguns períodos muitas pessoas deixaram de fazer o acompanhamento constante. As consequências, infelizmente, podem ser irreversíveis.

Por isso, mesmo com a alta nos casos de coronavírus provocada pela disseminação da variante ômicron no país, não descuide do seu tratamento.

“O mieloma múltiplo é uma doença com uma grande variedade de manifestações clínicas. Quando não há o monitoramento adequado, podemos perder o momento de realizar o diagnóstico de recaída precoce – e, consequentemente, dar início ao tratamento o mais rápido possível. Isso reduz o risco de complicações e lesões irreversíveis”, explica a hematologista Dra. Maricy Lopes, consultora da Binding Site Brasil.

Ela lembra que, no início da pandemia, em 2020, vários pacientes perderam o acompanhamento regular do mieloma múltiplo. Ao retornarem depois de um longo período sem consulta, já havia doença óssea, alterações significativas na função renal – e, alguns casos, a patologia estava em estágios muito avançados.

“A vacinação fez com que este cenário melhorasse, reduzindo-se o risco de gravidade da doença. Porém, mesmo menor, agora com a variante ômicron houve novamente queda na presença às consultas médicas”, revela a hematologista.

Telemedicina

O acompanhamento do mieloma múltiplo por telemedicina pode ser um recurso viável. No entanto, é preciso que o paciente já se encontre estável, sem gravidade ou queixas recentes, com os exames laboratoriais em dia e com as últimas avaliações clínicas sem alterações significativas ou sinais de alarme.

“Em casos em que a doença está estável e o tratamento e a programação terapêutica evoluem conforme o esperado, pode-se lançar mão dessa ferramenta, que tem nos auxiliado muito durante a pandemia, principalmente junto aos pacientes com muito receio de infecção por Covid-19”, conta Maricy.

Claro, se na consulta remota for detectado algo que necessite de maior detalhamento, a consulta presencial é inevitável.

Outra estratégia bastante útil em tempos pandêmicos é a coleta de exames laboratoriais em domicílio ou via serviços de coleta rápida, como os de drive-thru – o que reduz a exposição do paciente.

Covid-19 e Mieloma múltiplo

Fora os cuidados comuns a todas as pessoas, pacientes com mieloma múltiplo precisam, sim, ter precaução redobrada para evitar a contaminação por coronavírus.

Isso porque o sistema imunológico de alguém com a doença fica debilitado. “O aumento da produção da proteína clonal, que causa o mieloma múltiplo, leva a um fenômeno chamado imunoparesia, que reduz as imunoglobulinas funcionais, tipo de anticorpo que impacta diretamente no funcionamento correto do sistema imune”, explica a médica.

Além disso, o próprio tratamento normalmente utiliza uma combinação de fármacos que pode provocar a neutropenia, ou seja, a queda de produção dos glóbulos brancos, essenciais ao combate de infecções e eficácia do sistema de defesa do organismo.

Frequência

“O monitoramento com exames laboratoriais em pacientes com mieloma múltiplo deve ser realizado mesmo quando não há atividade da doença ou tratamento específico”, afirma a consultora da Binding Site Brasil.

A agenda de exames é criada de acordo com as fases de atividade do mieloma múltiplo:

. Tratamento ativo: o monitoramento e a realização de exames devem ser feitos após cada ciclo de tratamento, que geralmente leva de 21 a 28 dias. Assim, o acompanhamento é mensal.

. Tratamento em fase de manutenção ou completo: se a doença não está mais ativa, sob controle adequado, o monitoramento é trimestral.

. Mieloma múltiplo Smouldering ou assintomático: após o diagnóstico inicial, a reavaliação em busca de possíveis manifestações da doença e o proteinograma completo devem ocorrer depois de três meses. Se após esta nova avaliação os resultados se mantiverem estáveis, o período pode ser estendido para quatro ou seis meses em pacientes de baixo risco.

Importante: essas recomendações são gerais e podem ser modificadas de acordo com as características próprias de cada paciente.

Exames

Os testes da Binding Site são essenciais no monitoramento de pacientes com mieloma múltiplo. Lembrando que a doença recebe três tipos de classificação, de acordo com a proteína monoclonal responsável: cadeia pesada, cadeia leve ou não secretor.

O Freelite® é fundamental no acompanhamento de mieloma múltiplo de cadeia leve, sendo capaz de levantar informações sobre a resposta do organismo ao tratamento, determinando se há resistência à linha terapêutica adotada ou se é preciso alguma mudança.

Esse exame também é importante para detectar recaídas precoces em pacientes cuja doença não apresenta outras manifestações clínicas. Assim, é possível começar o tratamento antes que os sintomas  apareçam.

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