Chegamos ao artigo final da série que lista as palavras-chave mais importantes para o entendimento do Mieloma Múltiplo.
As selecionadas desta vez são: proteína monoclonal, sistema de estadiamento, transplante autólogo e vacinas.
Todas elas têm como referência material da International Myeloma Foundation (IMF).
Boa leitura!
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Proteína monoclonal
É uma proteína anormal produzida pelas células do Mieloma, que se acumulam e danificam os ossos e a medula óssea. Geralmente podem ser encontrados no soro e, em alguns casos, também na urina.
É importante conhecer o tipo de proteína monoclonal produzida pelo paciente, pois diferentes tipos de Mieloma podem ter diferentes manifestações. O Mieloma IgG é o mais comum e geralmente apresenta as características usuais do CRAB, acrônimo do inglês para hipercalcemia (Calcium elevation), insuficiência renal (Renal failure), anemia (Anemia) e doença óssea (Bone disease).
O Mieloma IgA é geralmente caracterizado por tumores fora do osso, enquanto o Mieloma de cadeia leve é o tipo que causa mais frequentemente danos renais.
Para alguns Mielomas, um pico monoclonal pode ser observado na eletroforese de proteínas séricas. É um padrão nítido que ocorre em testes de eletroforese de proteínas, um marcador da atividade das células do Mieloma.
Em outros pacientes, a proteína monoclonal só será detectável e quantificável pelo teste sérico de cadeia leve livre (Freelite®), que corresponde a um biomarcador para Mieloma, indicando atividade da doença.
Sistema de estadiamento
Quando o Mieloma é diagnosticado, o estágio da doença varia de paciente para paciente. Em 1975, o sistema de estadiamento Durie-Salmon (DSS) foi introduzido para classificar pacientes com Mieloma. O DSS demonstrou a correlação entre a quantidade de Mieloma e os danos por ele causados.
Em alguns pacientes que produzem muita proteína M, o número de células de Mieloma pode ser bastante baixo. Pelo contrário, em pacientes com baixa produção de proteína M, o número de células nocivas pode ser elevado.
Em 2005, o International Myeloma Working Group (IMWG) desenvolveu o Sistema de Estadiamento Internacional (ISS), que se baseia em fatores prognósticos e na sobrevida esperada. O ISS avalia o comportamento da doença que é mais preditivo de Mieloma agressivo.
O ISS é baseado em quatro marcadores altamente preditivos de doença agressiva: beta-2 microglobulina sérica (β2m), albumina sérica, proteína C reativa e lactato desidrogenase sérica (LDH).
No mesmo ano, o IMWG publicou o ISS revisado, que combina o ISS com dois testes para anomalias cromossômicas (citogenética e hibridização fluorescente, FISH). Existem outros sistemas de estadiamento sugeridos por diferentes grupos de pesquisa.
Transplante autólogo
O transplante autólogo de células-tronco (ASCT) é o mais utilizado para o Mieloma.
Trata-se de um procedimento no qual os médicos extraem células-tronco saudáveis do sangue periférico circulante de um paciente. As células-tronco coletadas são então congeladas e armazenadas para uso posterior em dias, semanas ou anos.
Quando o paciente está pronto para prosseguir com o ASCT, a terapia mieloablativa em altas doses (HDT) é administrada para destruir as células do Mieloma presentes na medula óssea, o que também causa a destruição de células sanguíneas saudáveis.
As células-tronco congeladas do paciente são então descongeladas e devolvidas ao paciente, para que essas células possam produzir novas células sanguíneas para substituir aquelas destruídas pelo HDT. O ASCT pode proporcionar uma remissão longa e profunda.
Vacinas
Pacientes com Mieloma estão sujeitos a certas complicações, que também devem ser tratadas e/ou prevenidas.
As complicações infecciosas são uma causa importante de morbidade e mortalidade. Portanto, sugere-se a realização de sorologias virais no momento do diagnóstico anterior ao tratamento (HIV, HCV, HBV).
As causas mais comuns de infecção em pacientes com Mieloma são: Haemophilus influenzae, S. pneumoniae, bacilos gram-negativos e vírus (influenza e herpes zoster).
Podem ocorrer principalmente infecções respiratórias e urinárias. O risco de infecção é particularmente elevado nos primeiros dois ou três meses após o início do tratamento, pelo que algumas medidas profiláticas devem ser iniciadas nessa fase.
Recomenda-se o uso de antibióticos profiláticos. Também deve ser realizada a imunização com vacinas pneumocócicas e influenza. É importante avaliar o título de anticorpos alcançado após a vacinação.
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