Um estudo inovador está fazendo triagem da Gamopatia Monoclonal de Significado Indeterminado – GMSI (MGUS – Monoclonal Gammopathy of Undetermined Significance) em toda a população da Islândia com mais de 40 anos de idade. A proposta é diagnosticar a doença antes que ela avance, proporcionando mais qualidade de vida ao paciente.
Patrocinado pela Black Swan, uma iniciativa de pesquisa da Fundação Internacional do Mieloma Múltiplo (IMF – International Myeloma Foundation), o estudo tem o apoio da Binding Site, que fornece os kits do Freelite® para a realização dos exames.
“A proposta é fazer um screening utilizando Freelite®, eletroforese, imunofixação, além de outros exames, envolvendo até espectrometria de massas, ou seja, é um diagnóstico completo. E com isso, aqueles pacientes que muitas vezes nem sabem que têm alguma alteração, conseguem um diagnóstico precoce, viabilizando um tratamento mais eficaz”, afirma Elyara Maria Soares, diretora científica da Binding Site Brasil.
Denominado iStopMM (Iceland Screens, Treats or Prevents Multiple Myeloma – Islândia diagnostica, trata ou previne o Mieloma Múltiplo), o estudo examinará amostras de sangue de 80,7 mil adultos com mais de 40 anos para os primeiros sinais de mieloma.
O grupo de estudos já examinou mais de 35 mil amostras, em parceria com a Binding Site, na sede de Birmingham, na Inglaterra. O processo de triagem conseguiu identificar 1.500 novos casos, o que vai ao encontro do conceito do iStopMM de detecção precoce e tratamento.
“A nossa intenção sempre foi apoiar estudos clínicos, justamente para manter esse vínculo com a ciência, incentivar o desenvolvimento de pesquisas e difundir o Freelite®, que já tem 20 anos de reconhecimento no diagnóstico do Mieloma Múltiplo”, comenta Elyara.
Os participantes do iStopMM começaram a ser testados em 2018 e serão acompanhados durante 5 anos.
A importância da triagem da Gamopatia Monoclonal
A GMSI é uma doença pré-maligna definida por uma concentração de imunoglobulina monoclonal no sangue menor que 3 g/dL e uma proporção de células plasmocitárias na medula óssea menor que 10%, na ausência de lesões líticas ósseas, anemia, hipercalcemia e insuficiência renal relacionadas com a proliferação de células plasmáticas monoclonais.
É uma doença rara e não apresenta sintomas, o que torna a triagem ainda mais importante. “De forma simplificada, quando o paciente apresenta alguns sinais, sem evoluir para o Mieloma Múltiplo, chamamos de gamopatia monoclonal de significado indeterminado. Ou seja, existem indícios da doença, mas ela ainda não se desenvolveu”, explica Elyara.
A triagem é importante justamente porque com esse diagnóstico precoce, aumenta-se a possibilidade de evitar que a GMSI evolua para o mieloma.
O iStopMM deve revelar uma série de resultados importantes, tais como:
– Se a triagem para GMSI e Mieloma Múltiplo latente leva a uma melhora na sobrevida geral;
– Impacto dos programas de monitoramento da qualidade de vida geral, incluindo depressão e ansiedade;
– Os custos associados a diferentes abordagens de triagem;
– O protocolo ideal para o acompanhamento de GMSI, apontando os testes de diagnóstico que devem ser realizados e indicando frequência.
A expectativa é que o estudo tenha um grande impacto em termos de formulação de políticas clínicas, científicas e de saúde.