O monitoramento ideal do Mieloma Múltiplo tem sido um dos principais assuntos abordados pela Binding Site Brasil este ano.
Esse tem sido o tema abordado em todas as edições do Scientific Talks, nosso programa de educação médica itinerante que tem percorrido o Brasil destacando a importância do Freelite® – exame de cadeias leves livres no soro – para o tratamento da doença.
À frente destas apresentações está a nossa consultora médica, a hematologista Dra. Maricy Viol.
Aproveitamos o conhecimento e a experiência que ela tem acumulado em todas essas viagens para também deixar registrado aqui em nosso blog um pouco do que é apresentado e discutido em cada um desses encontros.
Leia a entrevista abaixo e entenda tudo o que envolve o monitoramento deste tipo de câncer.
Quais os principais desafios para o monitoramento do Mieloma Múltiplo?
Um dos maiores desafios no monitoramento do Mieloma Múltiplo é que se trata de uma doença extremamente heterogênea, com apresentações distintas nos pacientes.
Por isso, devemos nos cercar de todos os exames disponíveis (avaliação óssea, sérica e urinária), pois a mesma doença pode progredir de diversas formas, e também progredir de maneira diferente da apresentação inicial ao diagnóstico.
Para quais sinais o hematologista precisa estar atento ao longo do tratamento?
O hematologista deve sempre estar atento às mais diversas formas de apresentação do Mieloma Múltiplo.
Sempre estar atento, por exemplo: à presença de doença extramedular, que também pode ser uma forma de progressão; à doença óssea, muitas vezes relacionada à queixa de piora ou aparecimento de dor óssea no paciente; e outras queixas inespecíficas, como a astenia e fadiga – que podem estar relacionadas à queda de hemoglobina.
Além de sinais clínicos, o hematologista sempre deve dar atenção a todos os exames necessários para o acompanhamento completo do paciente.
Quais os exames fundamentais para o monitoramento do Mieloma Múltiplo e por que o Freelite® está entre eles?
Para o monitoramento do Mieloma Múltiplo, devemos realizar o proteinograma completo: eletroforese de proteínas sérica e urinária; dosagem de imunoglobulinas; Freelite®; exames para detecção de eventos definidores, como hemograma, cálcio e função renal; e também exames para avaliação de doença óssea, como a tomografia de corpo inteiro ou a ressonância de corpo inteiro.
O Freelite® é um componente essencial no monitoramento do Mieloma Múltiplo, por nos informar sobre a dinâmica das cadeias leves na doença, demonstrando progressão nos casos de Mieloma de cadeia leve.
Ele também é importante na detecção de casos de escape de cadeia leve, em que há mudança de clone na recaída em relação ao diagnóstico do paciente. Por isso, o Freelite® deve sempre ser utilizado para o monitoramento, em conjunto com a eletroforese de proteínas.
De quanto em quanto tempo deve ser feito o monitoramento do MM?
Durante o tratamento ativo da doença, o monitoramento deve ser realizado após cada ciclo de tratamento (em média 30 dias, tempo de duração da maior parte dos esquemas terapêuticos).
Durante a fase de manutenção ou do Mieloma em remissão sem tratamento ativo, o monitoramento deve ser realizado trimestralmente.
Como interpretar o Freelite no monitoramento do MM?
Para a avaliação de resposta de acordo com os resultados do Freelite®, o componente mais importante não é a relação K/L, mas a diferença K-L.
Por isso, devemos avaliar a diferença da cadeia envolvida com a não envolvida (se kappa: K-L, se lambda: L-K) e a partir desse valor comparar a cada momento de monitoramento a diferença entre a cadeia envolvida e a não envolvida para o cálculo da resposta adequada.
Há quantos tipos de Mieloma Múltiplo? Quais são eles? Em todos é preciso monitoramento? Quais as variações de monitoramento de um Mieloma Múltiplo para o outro?
Podemos classificar o Mieloma de acordo com o tipo de proteína monoclonal. Assim, classificamos em: Mieloma de imunoglobulina intacta (responsável por 80% dos casos); Mieloma de cadeia leve (de 15-20% dos casos); e Mieloma não-secretor (aproximadamente 1% dos casos).
Em todos os casos para avaliação de resposta é necessário o monitoramento. Nos casos de Mieloma não-secretor, que são sempre um grande desafio para o monitoramento, não há detecção da proteína monoclonal em nenhum exame sérico ou urinário. O único parâmetro para monitoramento é a plasmocitose medular – nesse caso tendo que ser realizada a avaliação de quantidade de plasmócitos na medula óssea para avaliação objetiva de resposta ao tratamento.
Nos casos de Mieloma de cadeia leve, o Freelite® é um exame essencial. Nesse tipo de mieloma, a proteína secretada não é detectada pela eletroforese de proteínas.
Nos casos de Mieloma de imunoglobulina intacta, a eletroforese de proteínas consegue avaliar a proteína monoclonal. O monitoramento de resposta é realizado pela redução do componente monoclonal pela eletroforese de proteínas.
Contudo, como já mencionado acima, o Mieloma pode progredir com uma proteína monoclonal diferente do clone apresentado no diagnóstico. Por isso, é importante a realização do proteinograma completo nos casos de mieloma em que há proteína monoclonal secretada.
Por que o uso do Freelite® é cada vez mais recomendado para o diagnóstico e tratamento do MM?
O Freelite® é um exame essencial no Mieloma desde a suspeita diagnóstica, durante o monitoramento por todo o tratamento e na avaliação de resposta.
Hoje, a relação da cadeia envolvida/não envolvida pelo Freelite® já é um biomarcador considerado indicador de tratamento no Mieloma, se relação for >100. É por isso que se trata de um exame importante desde o momento do diagnóstico.
A relação da cadeia envolvida/não envolvida também está incluída nos critérios de resposta do Mieloma, compondo o critério de resposta completa estrita, em que a definição é: biópsia de medula sem plasmócitos clonais, relação Freelite® cadeia envolvida/não envolvida dentro da normalidade e imunofixação sérica e urinária negativas.
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