Os novos critérios de resposta do International Myeloma Working Group (IMWG), apresentados no 22º International Myeloma Society Meeting & Exposition (IMS 2025), modernizam a forma como avaliamos a resposta terapêutica no Mieloma Múltiplo.
As mudanças refletem o avanço das terapias e das tecnologias diagnósticas — especialmente a incorporação mais robusta das Cadeias Leves Livres (CLL), a simplificação de categorias e a centralidade crescente da Doença Residual Mínima (DRM).
Destacamos a seguir as novidades mais relevantes para a prática clínica e laboratorial.
CLL passa a ser o parâmetro prioritário para doença mensurável
Uma das mudanças mais importantes é a redefinição de doença mensurável, que passa a priorizar o uso das Cadeias Leves Livres (CLL) em vez da tradicional coleta de urina de 24 horas.
O Freelite® é o exame da Binding Site que quantifica as Cadeias Leves Livres no soro. Portanto, é considerado de primeira importância para o diagnóstico e também para o monitoramento do Mieloma Múltiplo.
O que muda?
A introdução do critério dCLL > 100 mg/L, com razão anormal, como novo parâmetro de doença mensurável. A urina de 24 horas perde protagonismo devido às dificuldades de coleta e baixa adesão dos pacientes.
Essa alteração não só aumenta a confiabilidade dos resultados, como também contribui para uma experiência mais confortável para o paciente.
Alterações nas categorias de resposta
Os critérios de resposta foram revisados para refletir a sensibilidade dos métodos atuais.
As alterações foram:
- Remoção da categoria “Resposta Mínima (RM)”, considerada obsoleta diante das novas terapias.
- Resposta Parcial (RP) e Resposta Parcial Muito Boa (RPMB): mantidas, mas com prioridade para CLL no lugar de urina de 24h.
- Resposta Completa (RC): passa a exigir razão normal de CLL ou Cadeia Leve Livre Envolvida (iCLL) < Cadeia Não Envolvida (ULN) como novo critério adicional.
- Resposta Completa Estrita (sCR): removida; agora se dá mais relevância à avaliação de medula e DRM. A medula deve ser avaliada dentro de uma janela de até 3 meses.
MRD ganha mais importância — e novas definições
A Doença Residual Mínima (DRM) segue como o principal indicador de profundidade de resposta, com acréscimos importantes:
- RC com DRM negativa, utilizando Next Generation Flow (NGF) ou Sequenciamento de Nova Geração (NGS) com sensibilidade mínima de 10⁻⁵.
- DRM negativa por imagem, nova categoria introduzida este ano.
- DRM negativa sustentada, agora definida como manutenção da negatividade por 24 meses (antes eram 12).
Surge ainda o conceito de DRM profunda ou estrita, que poderá compor futuramente o bloco conceitual de “cura”, quando sustentada por cinco anos sem terapia.
Progressão da doença e outras recomendações
A progressão (PD) não precisa ser baseada apenas na proteína M. A análise pode ser feita com outro exame, não apenas o que monitorou a doença e/ou efetuou o diagnóstico na primeira linha.
Outras orientações importantes são:
- Para mieloma IgA ou IgD, recomenda-se usar a imunoglobulina quantitativa em vez de SPE.
- Se usada espectrometria de massas (MS) em substituição à Imunofixação (IFE), isso deve ser especificado no laudo.
- A confirmação de resposta agora pode ser simultânea, e não mais sequencial. Bastam dois marcadores com resultados concordantes.
Avanço na avaliação do Mieloma Múltiplo
As atualizações apresentadas ainda não foram oficialmente publicadas. É certo, no entanto, que elas simplificam processos, aumentando a precisão e valorizando as ferramentas mais sensíveis, em especial CLL e DRM.
Dessa maneira, o conjunto das mudanças torna o monitoramento mais eficaz e o cuidado ao paciente mais alinhado com a realidade das terapias modernas.
O Freelite® é fundamental neste processo. Entre em contato e saiba mais.