O ano de 2025 está próximo do encerramento e deixa lembranças positivas à Binding Site – apesar dos desafios e adversidades.
A empresa ampliou ainda mais a sua participação de mercado, firmando novos contratos e mantendo sua trajetória de evolução. Além disso, consolidou suas iniciativas de educação médica, alcançando novos públicos e facilitando o acesso.
Na entrevista abaixo, o gerente geral da Binding Site, Fulvio Facco, detalha essas conquistas, aponta os principais desafios para o setor de diagnóstico e conta suas expectativas para 2026.
Uma coisa já é certa: a entrega de qualidade máxima aos nossos clientes e parceiros.
Quais foram as principais conquistas da Binding Site em 2025?
Nossa principal conquista foi emplacar definitivamente o programa de educação médica, o nosso Scientific Talks. Tivemos muito sucesso, atingimos muitos clínicos em várias partes do país – não nos concentramos no Sudeste, onde fica nossa sede, também estivemos no Sul e no Nordeste. Estamos muito contentes com os resultados e vamos seguir investindo em 2026.
Outro passo importante, sem dúvida, foi o registro da nossa nova tecnologia, o Exent®, que usa a espectrometria de massas e vai revolucionar o monitoramento dos pacientes com mieloma múltiplo, impactando significativamente o tratamento. É uma tecnologia inovadora, cujo mercado vamos desenvolver.
Uma terceira conquista importante em 2025 foi a consolidação da nossa presença nos grandes laboratórios do Brasil. Tínhamos entre 75% e 80% de market-share com o Freelite® – e vamos fechar o ano com contrato assinado para chegar a 98%.
Isso é muito importante, porque tínhamos a preocupação de que um paciente que mudava de cidade e de laboratório, por exemplo, poderia não dar sequência ao acompanhamento de sua saúde por meio do Freelite®. Agora, com este novo contrato que conseguimos, com um grande Laboratório de Apoio, vamos praticamente eliminar este risco. Todo mundo sai ganhando, principalmente os pacientes.
Ou seja, através de um ótimo serviço e de um produto de qualidade, conseguimos criar uma padronização dentro do mercado brasileiro com relação ao exame de cadeias leves livres kappa e lambda, o Freelite®.
Há algum dado relativo ao ano atual que pode ser revelado a respeito do crescimento da Binding Site?
Em 2025, a Binding Site consolidou mais um ano de expansão significativa no mercado de diagnóstico especializado. O avanço foi impulsionado em especial por um forte trabalho em educação médica, que aproximou a empresa de profissionais de saúde e ampliou o entendimento sobre a relevância clínica de seus exames.
Outro fator determinante foi o elevado nível de serviço ao cliente, reconhecido como um dos diferenciais competitivos da organização.
O desempenho financeiro também refletiu esse movimento positivo: a empresa registrou crescimento de 18% em relação a 2024, mantendo uma trajetória consistente de evolução.
Entre os destaques do ano, a linha de Oncologia, especialmente o exame Freelite®, apresentou crescimento superior a 25%, reforçando sua importância no monitoramento de doenças hematológicas.
Além disso, a Binding Site ampliou o portfólio de produtos utilizados por seus clientes atuais, demonstrando capacidade de inovação e fortalecimento das parcerias estratégicas no setor de diagnóstico laboratorial.
Como você avalia a chegada do Exent® ao Brasil? Quais são os planos para esta nova tecnologia?
Estamos empolgados com a novidade, mas estamos cientes das dificuldades do mercado brasileiro. Existe um caminho a ser percorrido tanto no âmbito da educação médica, mas também do acesso, no que tange a fonte pagadora, a remuneração sobre o exame etc.
Então, vamos fazer um trabalho muito neste sentido agora em 2026, levando os clínicos para conhecer a tecnologia lá fora, organizando mais treinamentos e promovendo a integração dos clínicos do Brasil com hematologistas que já utilizam a tecnologia. Vamos também trabalhar forte junto com o Grupo Brasileiro de Mieloma (GBRAM), para assim viabilizarmos a instalação do primeiro equipamento no país.
Vamos focar em um trabalho de base do ponto de vista clínico, para depois irmos para o operacional de trazer o equipamento, instalar, validar e colocar o exame disponível. Portanto, ao longo de 2026, a meta é concluir essas etapas e ter de fato o exame disponível no Brasil.
Como foi o ano para o setor de diagnóstico, em geral? Como deve ser 2026?
O setor de diagnóstico do Brasil em 2025 caminhou muito bem, apesar de ter um primeiro semestre um pouco abaixo das expectativas. O segundo semestre, no entanto, foi bastante superior. O fechamento tem sido positivo, não só na Binding Site, como na maioria das empresas de diagnóstico.
O que preocupa um pouco o setor é a questão do equilíbrio e da sustentabilidade. Percebemos que as empresas relacionadas não só ao diagnóstico, mas à Saúde como um todo, como os planos de saúde, não vivem bons momentos.
Existe ainda um forte desequilíbrio entre prestador de serviço, fonte pagadora e paciente. Infelizmente ao longo de 2025 não se conseguiu avançar com novos modelos de promoção da saúde. Continuamos ainda no modelo tradicional, com foco no tratamento, em vez da prevenção. Enquanto não mudarmos isso, teremos dificuldade para ter um sistema equilibrado. Isso acaba refletindo em todas as empresas que atuam no setor, sejam elas de produtos médicos ou de produtos laboratoriais, como é o nosso caso.
Outro ponto de atenção é a carga tributária. O Governo tem buscado alternativas para subir a carga tributária do nosso setor, ou eliminar os benefícios concedidos. A elevação significaria uma conta mais cara para o paciente e, consequentemente, um menor acesso.
Mas, mesmo com todas essas adversidades, tivemos pontos positivos, como por exemplo a baixa do dólar. Como dependemos muito de produtos importados, conseguimos equilibrar as contas com a moeda americana na casa de R$ 5,40. Esperamos que isso perdure, porém temos muita preocupação por conta da política fiscal do Governo.
Para 2026, esperamos que a sinistralidade fique mais equilibrada, melhore. Que a pressão dos planos de saúde sobre os prestadores de serviço diminua. Que o dólar permaneça nos mesmos patamares, para que não tenhamos um aumento de custos significativo – e que de fato as políticas governamentais tragam inovações que melhorem o acesso para se ter novas tecnologias incorporadas no Brasil.
Quais são os projetos da Binding Site para 2026?
Intensificar a educação médica, com nossa iniciativa do Scientific Talks, buscando de alguma forma integrá-lo à indústria farmacêutica. E trabalhar a inovação, nossa tecnologia de espectrometria de massas, com o Exent®, junto à classe médica e aos principais grupos de medicina diagnóstica do Brasil.
E, sem dúvida, manter o alto nível de serviço aos nossos clientes – além de continuarmos na luta para conseguir a aprovação e a entrada do exame Freelite® no Sistema Único de Saúde (SUS).